quarta-feira, 29 de fevereiro de 2012

Conheça as técnicas e faça artesanato




Artesanato

É uma manifestação popular onde a criação de objetos utilitários é manual, feitos um a um. As formas de artesanato se repetem, pois a técnica é passada de pai para filho, de geração em geração. As formas de criação se espalham por todas as partes do país, principalmente nas áreas pobres e abundantes em matéria-prima. O artesão traduz em sua arte rica e vibrante, suas crenças e tradições. No vale do Paraíba é bastante comum a utilização do retalho e da palha e o trançado em linha, barbante, corda ou cipó.

BATIQUE

Método manual de pintura sobre o tecido, originário da Indonésia. Técnica muito antiga, chegou à Europa pelos holandeses em suas expedições pelo continente Asiático. O processo consiste em cobrir áreas do tecido a serem trabalhadas com cera ou parafina; imergir o tecido em latões com tintas de cores variadas para o tingimento desejado de acordo com o desenho pretendido; retirar a cera ou parafina com água quente; lavar e passar.

Este método tem muito mais história para contar!… Na década de 70, quase todos os jovens tinham no seu guarda-roupa uma peça do vestuário batique que poderia ser uma camiseta, uma saia, ou uma calça batique. Os anos foram passando e essas peças foram ficando esquecidas, mas agora estão voltando à moda junto a outra técnica de estamparia, muito utilizada na década de 60, o tye-die.

Este outro método consiste em tingir pequenos segmentos do tecido, amarrando-os com linha, para evitar que a cor passe a essas partes, formando assim um padrão irregular de tingimento.

Material utilizado:

· Uma camiseta branca de algodão
· Um tubinho de corante de roupas na cor de sua preferência
· Um rolo de barbante
· Um panelão ou caldeirão
· Uma colher de pau
· Água fervente para dissolver o corante

Como fazer:

1. Molhe a camiseta.
2. Se você quiser formar o desenho de um círculo, puxe um montinho de tecido e amarre com oito voltas bem juntinhas de barbante (são muitas voltas de barbante para que o desenho saia bem nítido); se você quiser fazer listras, enrole o tecido com muitas voltas de barbante, sempre bem juntas, deixando um espaço entre as amarras do tamanho que você preferir (pode ser em toda camiseta, apenas duas ou três listras, ou somente nas mangas ou na barra da camiseta).
3. Dissolva o corante em 1 litro de água fervente e despeje-o no caldeirão com mais água quente. CUIDADO! Peça ajuda a um adulto!
4. Quando estiver fervendo, coloque a camiseta e mexa com a colher de pau durante meia hora. CUIDADO! Peça ajuda a um adulto!
5. Desligue o fogão e retire a camiseta do caldeirão e a coloque em uma bacia e a leve para o tanque.
6. Enxágue bastante.
7. Corte os pedaços de barbante com uma tesoura; enxágüe mais duas vezes e ponha para secar no varal. Está pronta a camiseta!

CARRANCAS


As carrancas são manifestações genuínas da arte popular brasileira desenvolvida na região do rio São Francisco, por artistas populares denominados carranqueiros. As embarcações que navegavam pelo rio São Francisco, tinham como enfeites de proa e identidade as carrancas esculpidas pelos carranqueiros. Como elementos de decoração as carrancas são escultura de cabeça e pescoço misturava traços humanos com traços animais apresentando expressão de figura mitológica indeterminada e de grande impacto. Essa arte popularizou-se podendo ser encontradas carrancas não apenas nas proas das embarcações do São Francisco, como simples enfeite, mas também como elemento de decoração e parte do acervo de museus nacionais e estrangeiros, sendo suas peças, de grande valor de comercial para os turistas. O artista que mais se destacou nessa arte foi Francisco Biquiba Dy Lafuente, o Francisco Guarany, o único artista carranqueiro que viveu exclusivamente da produção de carrancas.

CERÂMICA


As mais de 200 tribos indígenas do Brasil produzem seus próprios utensílios de cerâmica usando técnicas tradicionais de seus antepassados. As peças geralmente são produzidas manualmente pelas mulheres indígenas que trabalham moldando o barro. Na época das secas, as índias recolhem o barro, nas margens dos rios, armazenando-o em cestos ou folhas de palmeiras, para evitar que o barro resseque, depois de retiradas as impurezas, como gravetos e pedras, amassam a argila com um pilão, para obterem um grão bem fino e homogêneo. Para um acabamento e uma boa liga, são misturados alguns componentes orgânicos ou minerais do tipo palha picada ou ossos moídos. Como a argila é um material fácil de ser modelado, o acabamento final é feito alisando as peças com uma concha ou um utensílio de metal. Essas peças de cerâmica produzidas se dividem em objetos utilitários: cuias, pratos e panelas; ou objetos de rituais como os cachimbos, utilizados em cerimônias religiosas.
MURANO

O trabalho artesanal do vidro tem origem muito remota na cidade de Veneza, na Itália. Algumas famílias venezianas guardam a tradição, os segredos dos artesãos na arte de soprar o vidro, desde muitos séculos desenvolvendo técnicas inovadoras na criação de belas obras de murano. Para ser reconhecido como "mestre", o aprendiz leva uma vida inteira de dedicação e muita criatividade. As famílias que até os dias de hoje residem e trabalham em Murano, tem um papel especial no desenvolvimento da idéia de utilizar o vidro como uma forma de arte reconhecida em todo o mundo.

Em 1291, as autoridades venezianas, preocupadas em preservar o sigilo da arte do vidro, transferiram todas as fundições da cidade de Veneza para a ilha Murano. Os artesãos não podiam abandonar Murano sob a ameaça de pagar com a própria vida. Ao longo de sua história, as fundições aprimoraram o brilho especial e único das peças do vidro de murano. Os fabricantes carregam um espírito de aperfeiçoamento, inovação e competição permanente entre as famílias artesãs na intenção de demonstrar uma infinidade de formas e tonalidades dos vidros.

Em Murano, a família Barovier é reconhecida como a mais tradicional por suas invenções (vidro cristalino, vidro nacarado, vidro esmaltado azul, vidro madrepérola, vidro vermelho corneliano e murrini, que dá ao vidro uma aparência de mosaico). Somente visitando as fundições de Murano e admirando o talento dos mestres moldando cada peça de vidro no fogo, é que podemos compreender o amor desses artesãos pela matéria-prima que nos encanta com tanta beleza. A produção artística do vidro murano contribuiu para a riqueza e o poder comercial da cidade de Veneza.

ORIGAMI


A arte do papel - Por de trás de uma coisa tão simples, como uma folha de papel, existe muita história. O papel serve como registro de diferentes civilizações, conservando a história da humanidade impressa em documentos importantes desde o tempo dos egípcios. Nos tempos modernos, notamos que mesmo com novos e diversificados meios de circulação da informação, como a televisão e a Internet, o papel ainda é muito utilizado.

Outra forma de utilização do papel é o de ser transformado em objeto artístico ou ser a matéria-prima de uma obra de arte. Existem designers especializados em objetos de papel. Eles criam objetos como agendas, cestos e, até mesmo, abajures e bancos. Para este trabalho são necessárias algumas folhas de papel, muita paciência e habilidade. Dentro deste princípio, dessa arte, nasceu origami, palavra de origem japonesa que simboliza a arte de dobrar papel.

A história do origami vem da China, no séc. II, quando o papel foi inventado. Alguns chineses perceberam que o papel, ao ser dobrado, ganha formas, primeiro passo para o surgimento do origami. Atrás dos chineses, os japoneses se renderam a esta arte ao perceberem que dobrando papel poderiam criar brinquedos e vários utensílios. A arte da dobradura é ensinada até hoje nas escolas do Japão, pois acreditam que o origami desenvolve a coordenação motora, a capacidade de concentração, acalma as pessoas e estimula a criatividade.

RENDA DE BILRO A renda de bilro surgiu no século XV, na Itália. Anos depois, a arte do rendado chegou à França invadindo a Corte do Rei Luís XIV e os centros produtores de Portugal. Com a colonização portuguesa, esta arte chegou ao Brasil. Hoje, devido à forte presença açoriana em Santa Catarina, as mulheres que "trocam bilros" (batem os pauzinhos) concentram-se na Lagoa da Conceição, em Florianópolis. Para você saber mais sobre a "arte das linhas" e "mulheres rendeiras" no Brasil, visite o Baú do EstúdioWeb.

TRANÇADO No Brasil existe uma variedade de fibras vegetais, como o bambu, a taquara e a flecha de ubá, fontes de matéria prima utilizadas na arte do trançado. Em nossa história, os primeiros artesãos que demonstraram ter a habilidade manual para trançar foram os índios. Com essa habilidade eles constroem suas casas e diversos utensílios, como cestos para uso doméstico; transporte de alimentos e objetos que auxiliam no preparo dos alimentos, como as peneiras; abanos para aliviar o calor e avivar o fogo; objetos de adorno pessoal, como cocares, tangas e pulseiras; além de armadilhas para caça e pesca; redes para dormir e pescar; instrumentos musicais para uso em rituais religiosos etc.

Essa tradição artesanal deixada pelos índios supera a cerâmica quanto a área de difusão do trançado, pois está presente em qualquer sub-região rural ou urbana, do sertão ao litoral brasileiro. O trançado é feito utilizando-se as fibras vegetais. Após o corte tiras de diferentes espessuras e delas é feito um trançado de acordo com o formato que se queira dar a uma peça. Os padrões gráficos do trançado brasileiro foram criados pelos índios, explorando as formas geométricas das diferentes talas de fibras vegetais, misturando outros materiais e corantes.

TAPETES


Por centenas de anos, as mulheres marroquinas fazem tapetes, cobertores e tapeçarias para uso doméstico, estando sempre presente nos enxovais das noivas. Tribos berberes continuam a preservar as técnicas de seus ancestrais trazidas de geração a geração. Estes tecidos preciosos representam séculos do excelente talento artístico e da meticulosa arte, e é um meio de expressar suas preocupações diárias e superstições. Sua principal característica é a combinação de cores vibrantes com motivos estilizados e inspirados em símbolos antigos e de sua boa imaginação. Seus tecidos ficaram famosos pela excelência de sua lã e por cores produzidas de tintas naturais. As mulheres tecelãs de hoje continuam a usar os métodos antigos com habilidade. Usando cores como azul claro, vermelho, verde natural, laranja, extraído da hena, amarelo, de uma planta local e o preto dos pelos das cabras da região, a tecelã leva meses ou até anos para terminar um trabalho cheio de detalhes. Usando seu desenho como referência, o artista tece o tapete de centenas, milhões de nós feitos com o auxílio de um tear.

CERÂMICA MARROQUINA

A cerâmica marroquina possui diferentes estilos, tamanhos e cores que variam de cidade para cidade. Entretanto, a mais valiosa é a branca e azul da cidade de Fez; algumas vezes as peças podem apresentar várias cores como amarelo, azul royal e vinho, mas com efeitos de sombra no azul e branco do estilo de Fez; seus desenhos enfatizam as formas geométricas e desenhos perfeitos. A cidade de Safi também é um outro centro de cerâmica;porém, suas peças se apresentam em outras cores: verde, marrom, azul escuro e amarelo, sempre com nuances avermelhadas e com desenhos de vegetais entrelaçados.

CARICATURA


É um retrato cômico de uma pessoa, salientando seus traços peculiares e provocando em quem os aprecia, riso, zombaria e até mesmo desprezo. Os assírios, gregos e romanos fizeram uso da caricatura. Esta arte, porém, só floresceu por volta do século XVII. O primeiro caricaturista foi o pintor Annibale Carraci, em 1600, mas foi William Hogarth que a popularizou em 1730 e depois Honoré Daumier, francês, que usou a caricatura como protesto político.

No Brasil, a caricatura apareceu no Segundo Reinado, em 1837, mas encontrou grande expressão com a obra deJ.Carlos, que soube observar com ironia a sociedade carioca da primeira metade do século XX e seus tipos característicos. Entre outros caricaturistas brasileiros estão: Antônio Gabriel Nassara, o caricaturista do samba, Kalixto, Lan, caricaturista de personalidades da vida social e política e também Ziraldo, Chico Caruso e Borjalo. Nair de Tefé foi a primeira cartunista brasileira.

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